Moda e Música com Isa Menta: Dior & The New Look

Oi, gente! Isa Menta aqui começando mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Dentre os vários campos com os quais a moda se relaciona, é indiscutível que o cinema é um dos principais. São inúmeras as produções inspiradas em estilistas, marcas e até modelos e celebridades do meio. Mesmo já tendo sido alvo de alguns longas, Christian Dior foi novamente escolhido para as telonas.

O novo filme do estilista francês pretende trazer mais detalhes de sua vida desde bem antes das famosas bolsas as quais assinou, com um recorte específico de 10 anos (1947 a 1957) e no auge da alta costura, quando lançou o New Look. Mesmo não sendo uma das marcas que eu mais gosto atualmente em relação as roupas em si, é inegável que Dior revolucionou o meio, principalmente por trazer a esperança de volta e a beleza às pessoas após a Segunda Guerra Mundial e a todo aquele cenário de caos, hostilidade e escassez de matéria-prima.

O que eu julgo como mais interessante em Christian foi sua capacidade de promover mediante todo esse contexto uma ideia de extravagância, prosperidade e saudosismo na medida certa em sua época de estreia, com looks que remetiam muito à Belle Époque. O New Look foi tão marcante que trouxe o icônico tailleur, que foi inclusive a peça-chave do guarda-roupa da Rainha Elizabeth até a data de sua morte. Trouxe também a cintura bem marcada, exalando feminilidade, combinada com a saia plissada que tornava elegante o caminhar da mulher do final da
década de 40. Nesse mesmo dia, Dior apresentou a fragrância Miss Dior, que se tornou um dos clássicos da perfumaria.

O filme, em desenvolvimento pela empresa Sonia Films, de Elsa Zylberstein (uma das atrizes do longa), irá tocar em pontos que até então eram mantidos de forma discreta por Christian, bastante reservado em relação a sua vida pessoal. Um dos tópicos é o romance que teve com Jacques Benite, que se torna uma pauta interessante, já que apesar de ser sabido que Dior era gay, essa informação jamais poderia ser revelada no período em que viveu, levando em consideração toda a perseguição do domínio nazista.
Em razão disso, o estilista viveu “escondido” por grande parte de sua vida, sendo Jacques o único relacionamento público que teve.

No longa, Elsa interpretará Raymonde Zehnacker, assistente da marca e braço direito de Christian durante boa parte de sua atuação, além de na vida real ter tido envolvimento com a grife por causa de sua mãe, que trabalhou com Dior na década de 70 no departamento de perfumes. A própria grife veio fazendo pequenos vídeos no Youtube documentando sua história, começando justamente pelo “The New Look”. A Apple TV+ também fez uma série inspirada no estilista, o que é bem legal, já que os amantes da moda podem saber mais sobre sua vida de várias perspectivas. A produção já está disponível e conta com
10 episódios, lançados todas as quartas-feiras.

Falando da trilha sonora da série, foi uma surpresa para mim ver Florence Welch na lista, já que não ouvia falar dela desde meados de 2013, quando estourou com a música “Sweet Nothing” em colaboração com Calvin Harris, que também já esteve em seus tempos áureos. Talvez tenha sido uma boa escolha para trazer a cantora de volta aos holofotes, mesmo que a proposta da série seja apresentar covers de músicas do início do século XX. Outros nomes de peso como Lana Del Rey também foram confirmados, o que me parece ser um acerto pelo estilo da produção e da cantora, apesar de não ser uma artista que eu escute por puro gosto. É válido comentar que a trilha sonora de “The New Look” ficou sob responsabilidade de Jack Antonoff, que venceu o Grammy e é produtor da Taylor Swift, que o Moda e Música já abordou diversas vezes. Mais nomes como Matty Healy (The 1975) e Nick Cave também estiveram presentes na produção.

A relevância de Christian para a moda se deu não só pelos aspectos que já comentei anteriormente, mas porque ele foi também o mentor de ninguém menos que Yves Saint Laurent, que aos 19 anos foi assistente de Dior e aos 21, foi nomeado diretor criativo da marca de luxo após o falecimento de seu fundador, vítima de um infarto.

Não foi a primeira vez que grandes nomes da moda ganharam espaço nos cinemas. O próprio filme “O Diabo Veste Prada”, muito famoso, embora com trama fictícia, foi fortemente baseado na vida da editora-chefe da Vogue estadunidense, Anna Wintour, um dos principais nomes do meio. “Coco Antes de Chanel”, como o próprio nome já sugere, trouxe a história da estilista no século XX, antes da fama. Gianni
Versace, por sua vez, teve não a vida como pauta, mas sua morte, já que foi baleado e morto nas escadas de sua mansão em 1997. A produção ganhou o Globo de Ouro e está disponível na Netflix. Nesse meio teve até Al Pacino e Lady Gaga estrelando na biografia dirigida por Ridley Scott da família Gucci, que aliás, é regada de luxo, mas também de escândalos com traições, assassinato, etc.

Dior mesmo já teve outros filmes para a conta, como “Dior and I”, documentário que contou a rotina e bastidores por trás da grife, “Christian Dior: o homem por trás do mito”, que revela como ele chegou a fama e popularidade e “Sra. Harris vai a Paris”, que não necessariamente traz Christian como protagonista, mas mostra os desfiles e ateliês do estilista. Enquanto a série buscou não vilanizar Coco Chanel pela colaboração nazista, o novo filme pretende expor justamente o contrário, ou seja, os problemas decorrentes disso, segundo alguns portais de notícia.

O longa ainda não tem data prevista para estreia nos cinemas, mas acredito que vá ser uma produção bem legal para os amantes da moda. E você? Já assistiu a série da Apple TV? Se sim, o que achou? Me conta lá no instagram @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias, curiosidades e indicações no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!