Moda e Música com Alice Horta: legado de Françoise Hardy
Olá pessoal! Eu sou Alice Horta e estarei com vocês na Coluna Moda e Música a partir deste sábado, explorando curiosidades e tendências que unem estilo e ritmo.
A lenda da música francesa e ícone dos anos 60, Françoise Hardy, morreu aos 80 anos. A notícia foi divulgada pelo seu filho, Thomas Duntroc, nas redes sociais. A cantora era símbolo do yé-yé, o pop francês popularizado no início dos anos 60. Suas composições, profundas e introspectivas, geravam identificação especialmente entre o público jovem e as mulheres. Ela até colaborou com cantores do Rock Contemporâneo, como Damon Albarn da banda Blur.
Nascida em janeiro de 1944, em Paris, a cantora, modelo e compositora cresceu com a irmã e a mãe em um pequeno apartamento. Quando concluiu o ensino secundário, ganhou uma guitarra de seu pai e começou a compor canções. Em 1962, lançou seu primeiro EP, que incluía a icônica “Tous les garçons et les filles”, vendendo mais de dois milhões de cópias e alcançando sucesso internacional.
O cativante em mulheres como Hardy é que ela sintetiza um glamour que parece incompatível com a vida moderna. Ela manteve sua relevância sem perseguir tendências, sem necessidade de reinvenção constante. Françoise incentivou outras mulheres a ganharem a vida com arte, resistindo às pressões do mainstream.
Em 1967, Françoise Hardy conheceu o fotógrafo Jean-Marie Périer, seu par amoroso até 1987, e foi a partir desse momento que a moda entrou em sua vida. Sua personalidade marcada pela timidez foi transformada, surgindo assim um grande ícone da moda internacional, referenciada até hoje por seu estilo elegante e único. Além disso, Hardy era alta e muito bonita, destacando-se em trabalhos como modelo fotográfica e no cinema. Foi estrela de Godard no famoso longa “Masculino-Feminino”.
“Se não fosse pelo jeito que eu visto, ninguém me notaria”, disse Françoise a um repórter em 1969. Sua voz etérea e beleza distinta cativaram o público em todo o mundo, ganhando elogios de lendas da música como Mick Jagger, Bob Dylan e David Bowie, que certa vez afirmou estar perdidamente apaixonado por ela.
Ao lado de Jane Birkin e Catherine Deneuve, Françoise representava um movimento político, cultural e social, a nouvelle vague de liberdade em tempos conservadores. Essas transformações moldaram os visuais da moda da época, dando forma a um estilo de vida francês único e atemporal.
“Eu sempre acreditei que a simplicidade é a melhor forma de sofisticação”, confessou a cantora uma vez. Amante da combinação mini saias + suéteres, Hardy foi uma das musas oficiais de Yves Saint Laurent e propulsora do Le smoking, um terno feminino criado em 1966, símbolo de liberdade, poder e sex appeal. A artista exalava um charme natural por meio de suas roupas, transformando um simples jeans e uma t-shirt preta em obra de arte. Clássica e despojada, essa dualidade representava o estilo de Françoise.
Hardy lutava contra um câncer linfático desde 2004 e havia passado por anos de radioterapia e outros tratamentos para a doença. Em 2015, ela foi brevemente colocada em coma induzido depois que sua condição piorou e teve problemas de fala, deglutição e respiração nos anos seguintes. Ela tinha 80 anos.
Essa foi a coluna Moda e Música. Eu sou Alice Horta e nos vemos na próxima coluna!