Lorde ao vivo e uma reflexão sobre ver shows no exterior

Lorde ao vivo e uma reflexão sobre ver shows no exterior

Há algum tempo, o amigo Luiz Felipe Carneiro, do canal “Alta Fidelidade”, gravou um vídeo em que confessa sua preferência por assistir shows no exterior em vez de se submeter ao regime de maus tratos ao qual nós, brasileiros, infelizmente nos acostumamos: mudança de data e local do show na última hora, serviço porco de atendimento antes, durante e depois do show, ingressos caríssimos e por aí vai…

Não que eu, como o Luiz, tenha uma vasta carteira de shows no exterior – até hoje foram 2, Phoenix e, agora, Lorde – mas não pude evitar de pensar no que ele falou enquanto estive na Amalie Arena (voltada para jogos de hockey), em Tampa, em 11-04, para assistir a um show da tour de Melodrama da Lorde. Vamos lá a alguns pontos?

lorde amalie arena

    • No exterior, o público está ali somente e para assistir ao show, cantando todas as músicas do início ao fim;
    • Você tem acesso facilmente a todo e qualquer tipo de serviço, de lanchonete a merchan, apesar do custo relativamente mais alto;
    • O “Merchan” tem muito mais opções de camisas e itens, incluindo vinis, e o que é melhor, todos entram numa fila para comprar;
    • Por maior que seja o “venue”, todos as seções são numeradas e contam com guias, ou seja, é possível transitar sem medo de perder o lugar;
    • A acústica é normalmente uma coisa de louco: som impecável e iluminação idem;
    • O ingresso não é tão caro em comparação ao ingresso no Brasil, paguei cerca de 88 dólares/pista;
    • Há estacionamento de sobra para que você se dirija ao local faltando poucos minutos para o show com tranquilidade;
    •  Tanto o público quanto funcionários são muito mais educados, ninguém se atreve a se sentar no seu lugar e tampouco ficar parado no corredor porque chegou atrasado.

Bom, é lógico que se trata de um grande investimento, pois afinal de contas é uma viagem para a gringa. No entanto, se você realmente aprecia o trabalho do artista, vale muito a pena cogitar sua viagem pensando nesse ou naquele show.  A recompensa é muito maior do que passar raiva em filas ou fugindo de assaltos enquanto espera táxis inexistentes em um país que vai de mal a pior em termos de direitos como o Brasil.

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E o show da Lorde, afinal?

Quem tiver a sorte de comparecer ao festival Popload no dia 15 de novembro, em São Paulo, vai embarcar em uma viagem muito pessoal ao universo da Lorde. Sim, a menina baixinha, desajeitada (embora se arrisque na coreografia) e dona de um vozeirão é tão cuidadosa que cria toda uma narrativa em seu show, com atos diferenciados pelo figurino e dançarinos que se revezam entre o palco e uma estrutura móvel no teto, que se movimenta conforme a dramaticidade da canção executada. Até mesmo as estrelinhas picotadas que explodem sob o público em “Green Light” trazem trechos da música.

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E por falar em canções, o set list de 21 canções de Lorde abrange os seus dois primeiros álbuns: “Pure Heroine” e “Melodrama”, apresentando também participações em trilha, como “Yellow Flicker Beat” e “Magnets”, parceria com o duo dance Disclosure. Mas como curadora de ótimos sons da atualidade, Lorde não deixa de fora as covers. Se no passado Kanye West e Son Lux eram suas preferências, agora ela manda muito bem uma cover de Frank Ocean.




Já o número final, com “Team”, um dos grandes hits do premiadíssimo debut album, é para fazer todo mundo pedir mais. Mais “encores”, mais banda minimalista que manda ver atrás das cortinas, mais dançarinos envolventes. Principalmente mais Lorde, mais discos da Lorde e mais artistas autênticas como ela.

E você, também curte Lorde? Vai, já foi ou gostaria de ir a um show dELLA? Conta pra nós nos comentários. 

 

Marcos Tadeu

Marcos Tadeu

Jornalista, idealizador e apresentador do Rock Cabeça na 100,9 FM, Rádio Inconfidência FM (MG) desde 2016. Acima de tudo, um fã de rock gringo.