Caiçara Clã: banda de Santos conta com baterista do Charlie Brown Jr.
Fãs do hardcore melódico e órfãos de Chorão podem comemorar. É que a Califórnia brasileira acaba de parir um clã que, a julgar pelo primeiro álbum, chegou para ficar – e, por que não, causar. Estou me referindo ao Caiçara Clã, uma banda de músicos já conceituados da cena da baixada santista que se reuniu em função da amizade e da vontade de criar canções que falem direto aos corações juvenis, tal qual foi um dia a especialidade do Charlie Brown Jr.
O debut do Caiçara Clã apresenta oito faixas que seguem a cartilha de sucesso do hardcore melódico: letras reflexivas, mistura de gêneros (alternativo e eletrônico) e melodia contagiante. Para o carismático Mazzi, guitarrista e frontman da banda, as letras foram sendo rascunhadas ao longo da sua carreira de sideman, até que ele tomou coragem de mostrá-las para Bruno Graveto (ex-batera do Charlie Brown Jr.), que foi um dos que o incentivou a gravá-las, a ponto de topar participar de todo o projeto.
Além de Mazzi e Graveto, fazem parte do Clã: Cali (bateria), Serjones “BIG” (Baixo) e DJ Julius (Scratch/Samples). Todos eles com influência assumida da sonoridade “charliebrowniana”. Para Mazzi, Santos continua pulsante em termos de hardcore:
Essa cena vive. É uma cena muito forte aqui da região, ela vive através dos músicos e artistas que fazem parte dela. Tem muitas bandas boas aqui em Santos. Charlie Brown Jr é uma influência para todos nós e eu trago isso nas minhas letras e nas minhas harmonias, é indiscutível.
Mazzi – frontman do Caiçara Clã
Timing perfeito: Marginal Alado e Caiçara Clã
Apesar do documentário sobre a trajetória de Chorão “Marginal Alado” de Felipe Novaes ter sido lançado em 8 de abril, Mazzi afirma que a proximidade com a data de divulgação do álbum, em maio, não foi algo premeditado: “ele ia sair de qualquer jeito, tava na alma e eu tava muito a fim de fazer“. As gravações começaram em março de 2020, e, naturalmente, foram atrasadas pela pandemia de coronavírus. “Saiu no tempo exato, foi uma coincidência ter saído junto com o documentário que, por sinal, ficou incrível e me emocionou muito“, relembra Mazzi. Na visão da banda, “Marginal Alado” é fiel ao que foi Chorão como pessoa.
Eu não tive muito contato com o Chorão na vida pessoal, eu o via mais em ação em cima do palco e eles realmente tinham uma vibe única, e a verdade que era passada através das letras e do som que é algo que eu tento também fazer.
Mazzi
Participação de Graveto
Um dos trunfos do Caiçara Clã é justamente contar com um integrante original do Charlie Brown Jr, o baterista Bruno Graveto, que fez parte da banda entre 2008 e 2013. Graveto conta que foi conquistado pela proposta de Mazzi.
Mazzi é um músico conhecido da cena musical da Baixada Santista e São Paulo e este é o primeiro trabalho autoral dele. Tocamos juntos tempos atrás e esse lado dele compositor ainda não conhecia. Fizemos uma reunião em casa, ele mostrou as músicas e achei muito interessante. Além da nossa amizade, parceria e confiança que temos um no outro, gostei muito da ideia dele e optei por produzir e gravar as bateras, o que veio a se tornar o primeiro disco do Caiçara Clã.
Bruno Graveto, baterista Caiçara Clã
Ouça o álbum do Caiçara Clã (e pire):
Ficha Técnica:
Com produção musical de Felipe Vassão, Bruno Graveto e Mazzi, o novo trabalho traz oito faixas inéditas. São elas: “The Intro”; “Revendo Conceitos, Fazendo Histórias”; “Entre Filosofias e Escritas”; “A Brisa, a Onda e o Tempo”; ” Despressurize”, “Os Verdadeiros se Atraem”; “Arte Inacabada” e “Um bom Lugar”.
Caiçara Clã – Mazzi (Guitarra e Voz), Bruno Graveto (Bateria), Serjones “BIG” (Baixo) e DJ Julius (Scratch/Samples)
Produção musical: Felipe Vassão, Bruno Graveto e Mazzi.
Produção artística: Bruno Paiva “Barba”
Mixagem: Otávio Rossato
Masterização: Hugo Silva
Produtores que também participaram das gravações: André Freitas,
Dinho Garcia e Luqdeejay.
E você, o que achou da sonoridade do Caiçara Clã? Conta pra nós aí nos comentários!