Moda e Música com Isa Menta: retrospectiva 2023
Oi, gente! Isa Menta aqui começando o último Moda e Música de 2023, dessa vez reunindo não só curiosidades e indicações, mas também as polêmicas, feitos, perdas e até as confusões que os dois universos protagonizaram durante os últimos 12 meses. Mesmo tendo a sensação de que esse ano passou voando, não dá para negar que 2023 foi recheado de acontecimentos marcantes tanto para a moda, quanto para a música. Por isso, o quadro de hoje vai relembrar alguns desses momentos.
Na verdade, esse ano, ao meu ver, foi um ano que mesclou muito bem esses dois nichos. Mais do que nunca, eles estiveram interligados. É só parar um pouco para pensar na quantidade de shows no Brasil em 2023. Assim como eu já comentei em outras colunas aqui no Esse Tal de Rock and Roll, ultimamente as pessoas vêm demonstrando preocupação não só em ir assistir seus ídolos, mas também em como se vestir para isso. Festivais que rolaram durante esses últimos 12 meses, como o The Town, Rock The Mountain, Lollapalooza, Rep Festival e outros, cada vez mais têm se mostrado grandes ditadores de tendências.
Os frequentadores não estão mais preocupados somente em curtir os shows. As mídias se tornaram uma das partes principais da experiência e, claro, boa parte dessas pessoas quer mostrar seus looks e seu estilo pelas redes sociais. É justamente em meio a essa utopia que os festivais trazem consigo que os antenados na moda se sentem mais encorajados, digamos assim, a se expressarem através das roupas. A relação entre moda e música esteve presente não só nos grandes eventos, mas também no cinema.
O filme da Barbie, que foi lançado no Brasil no dia 20 de julho, não só trouxe de volta o “barbiecore” que foi moda em 2022, como foi pré-indicado ao Oscar de melhor roteiro original, podendo também concorrer nas categorias de figurino, melhor filme, direção, maquiagem e penteado, som e outras. Eu particularmente acredito que as chances são grandes do filme ganhar alguma delas, principalmente porque o roteiro foi bem diferente do esperado pelo público antes de passar nos cinemas, o que fez muita gente ficar surpresa (incluindo eu mesma). 2023 também foi o ano de estreia da série Daisy Jones and The Six, protagonizada por ninguém mais, ninguém menos do que Riley Keough, neta de Elvis Presley. A produção, trouxe à tona, claro, a música, mas mobilizou fãs na internet quanto ao figurino presente nas cenas. Foram inúmeros os “Get Ready with Me” no Tiktok estimulados pela forma de vestir de Daisy. Todos os personagens ali presentes trouxeram consigo algo que esteve em alta na época, sendo o “boho” a estrela. Bianca Jagger, que foi casada com Mick Jagger, foi uma das grandes inspirações para as estilistas da série, assim como Jane Birkin, que, aliás, também esteve presente durante esse ano no Moda e Música.
Uma das maiores perdas para o cenário fashion durante esse ano pode-se dizer que foi a de Birkin. Sua importância se deu não só no campo das artes, mas também na política e na luta pelos direitos das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e dos refugiados. Jane Birkin revolucionou o mundo da moda com a bolsa que hoje em dia é considerada uma das mais caras e exclusivas do mundo, batizada com seu nome e produzida pela grife francesa Hermès. Tendo uma lista de espera que pode chegar a anos, somente pode adquirir uma quem, além de ser cliente fiel da marca, preencher uma série de requisitos que nunca foi divulgado por eles, o que aumenta significativamente seu valor no mercado. E por falar em grifes, dinheiro e ostentação, 2023 também foi o ano em que o trap ficou ainda mais popular e com ele, as bebidas caras, as roupas de grife, as notas de dinheiro e os carros de luxo nas letras das músicas e nas redes sociais. O estilo musical foi nesse ano um dos principais protagonistas dos festivais, estando presente em boa parte dos shows que aconteceram aqui no Brasil, com artistas como Mc Cabelinho, Matuê, Filipe Ret, MD Chefe e outros. É um gênero que eu mesma escuto bastante, embora ainda prefira os rappers internacionais.
Agora falando de polêmica, 2023 rendeu várias para a conta, principalmente no mundo da música. Ficou mais do que claro que o nosso país não está preparado para receber grandes shows. Impossível não lembrar dos desastres que envolveram o Rep Festival, dos perrengues que os fãs de RBD passaram e até mesmo do caos que a turnê da Taylor Swift causou no Rio de Janeiro, com direito a calor de 40º na sombra e até morte.
Outra polêmica, dessa vez na moda e um pouco mais leve, foi a volta dos desfiles da Victoria’s Secret, que não atingiu as expectativas dos fãs, inclusive as minhas, se tornando uma grande decepção por conta do novo formato, como se tivesse perdido a essência, sabe? A inteligência artificial também ganhou destaque, tanto pro lado bom, quanto pro ruim. Mesmo tendo ajudado diversas pessoas, ela foi responsável por gerar feats que nunca existiram por aí, álbuns novos de cantores que já faleceram e isso é válido para pensar no impacto que essa tecnologia pode ter nos próximos anos. Algo a se pensar com mais cautela.
Ainda falando dos acontecimentos que marcaram esse ano, não podemos esquecer uma das principais pautas comentadas em 2023: o combo artistas mirins + pais problemáticos. Larissa Manoela foi a grande protagonista (infelizmente) do tema, o que acabou levantando o questionamento do preço que a fama precoce causa nessas crianças e a outros artistas que passaram por situações semelhantes, como Michael Jackson, Jennette McCurdy e Judy Garland. Esse ano também teve uma grande perda para o rock nacional, que foi a morte de Rita Lee e essa eu confesso que senti, porque além de gostar muito das músicas, achava genial o humor ácido dela, principalmente nos seus posts no Twitter e entrevistas.
Agora falando das partes boas que o ano de 2023 trouxe, é inegável que para a música, foi um período em que diversos artistas incríveis pisaram pelo Brasil. Como esquecer da tão elogiada dupla performance de Bruno Mars no The Town? E da vinda de The Weeknd em outubro? Coldplay na turnê que esgotou ingressos num piscar de olhos? Até o RBD e a Taylor Swift, por mais que tenham gerado tanto caos, também renderam bons momentos para os fãs, que foram à loucura e de novo, fizeram toda uma preparação de looks, pulseiras, maquiagens temáticas e afins.
Mas loucura mesmo foi Beyoncè do nada aparecendo em Salvador 1 semana atrás, sem mais, nem menos. A capital baiana foi a única a receber a pré-estreia do filme “Renaissance” e eu achei isso muito interessante, primeiro porque a cidade tem mais de 80% da sua população negra (para quem não sabe, a artista protagoniza diversos movimentos na luta contra o racismo) e segundo, porque é fato que boa parte dos artistas esquece do Nordeste quando vem fazer suas passagens aqui pelo Brasil, focando só no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mesmo que sua aparição tenha durado pouco, foi o suficiente para deixar uma legião de fãs, inclusive a cantora Ludmilla em polvorosa.
O fato é que 2023 foi um ano muito marcante, pelo menos para mim. A sensação que me traz é que parece que 50 anos de acontecimentos foram condensados em um só e isso torna bem desafiador fazer uma retrospectiva mencionando todos eles. Mas e você, qual acha que foi o momento mais marcante desse ano? Me conta lá no instagram, @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias, curiosidades, indicações e (hoje), memórias dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada, boas festas e até o ano que vem!
Ouça novamente a retrospectiva 2023 do Moda e Música que foi ao ar na Rádio Inconfidência
E para você? Qual o fato mais marcante de 2023 no mundo da Moda e Música?