Alina Kurganova: russa de nascença, brasileira de coração

Uma coisa que você precisa compreender sobre Alina Kurganova é que ela não se movimenta no mesmo espaço-tempo que qualquer um de nós. Não. Ela tem seu próprio tempo e ritmo, o que a possibilita ter um olhar clínico e diferenciado sobre coisas que aparentemente passam despercebidas para nós. A primeira vez que a abordei online para dar esta entrevista, ela calmamente se dirigiu ao meu site, retornando com o curioso relato de que a letra R ao contrário, como na logo do Rock Cabeça, significa “Eu” em russo, sua língua nativa.

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Desde então nunca mais olhei minha própria logo da forma que eu havia me acostumado. E passei a sentir que o EU da logo tinha muito mais a ver com meu projeto do que imaginei. Quanto à proposta de entrevista, Alina concordou, porém, com uma pequena condição: eu deveria esperá-la lançar suas primeiras canções autorais. O que viria a acontecer só muitos meses depois, para, enfim, culminar nesta entrevista que arranha a superfície da profundeza de espírito que é esta jovem russa que se apaixonou pelo nosso país após assistir a novela global “O Clone”.

O Brasil me chamava por anos, e eu tinha bastante interesse e facilidade para aprender a língua portuguesa. Acabei me apaixonando.

Alina Kurganova

Quem é Alina?

A realidade de Alina já é fictícia o suficiente até mesmo para sua novela brasileira favorita. Chegou a trocar a gélida Rússia pela exuberante natureza brasileira, sua maior fonte de inspiração. Com espiritualidade aflorada, Alina não deixa de citar Deus em sua fala ou timelines, ainda que sua música não se enquadre no chamado gênero cristão. “My home”, seu primeiro single, é um indie-folk nostálgico cantado em inglês, com nuances de cantoras que ela admira como Birdy e até Giulia Be.

Com mais de 17 mil seguidores só em sua conta do Instagram, é fácil perceber que Alina não é uma personalidade digital comum. Seus posts são instrospectivos, a maioria feita em lugares que ela ama, seja na Rússia ou Brasil. Ela também aproveita o engajamento para apresentar versões de músicas que gosta ao estilo voz e violão, algumas vezes piano. “A maioria dos meus seguidores fala comigo com amor e admiração, o que me deixa mais feliz. É uma benção”, diz Alina.

2 5 Toques sobre Alina Kurganova

RC – Oi Alina, pode nos contar de onde está respondendo esta entrevista?

AK – Oioi! Estou falando diretamente do querido Brasil, aonde voltei da minha pátria há algumas semanas.

RC – Seu single “My home” tem um nome sugestivo. Afinal de contas, em se tratando de lar, o que vem na sua cabeça, Brasil ou Rússia?

AK – My home é uma sensação de estar com minha pessoa amada, além de estar com Deus. O verdadeiro lar para mim é um conjunto da minha conexão com o Criador, da presença de quem eu amo e da vida no lugar que amo. O Brasil tem se tornado especial para mim e me parece mais próximo do que a Rússia, onde eu nasci e morei a minha vida toda.

RC – Por que esta escolha de morar no Brasil? E aprender a falar português tão fluente?
AK – Começou com a novela ‘O Clone’ e as amizades na internet. O Brasil me chamava por anos, e eu tinha bastante interesse e facilidade para aprender a língua portuguesa. Acabei me apaixonando.

RC – Você faz um tipo de indie-folk muito doce, que lembra o som de muitas cantoras atuais, como Gracie Abrams. Em quem você se inspira na hora de compor?
AK – Ooh! Eu me inspirei na Billie Eilish, Birdy, Giulia Be para começar e continuar a minha carreira musical. Porém na hora de compor, a melodia e a letra vêm a mim sem eu pensar.

RC – Quais são seus projetos, talvez se apresentar ao vivo? Lançar um EP futuramente? E como suas músicas autorais têm sido recebidas pelos seus seguidores?
AK – Pretendo lançar mais músicas autorais, tê-las tocadas em filmes/séries/novelas, fazer videoclipes, me performar. Tudo isso na aliança com minha futura equipe. A maioria dos meus seguidores fala comigo com amor e admiração, o que me deixa mais feliz. É uma benção.