Moda e Música com Isa Menta: Anitta papa o VMA 2022
Oi, gente! Isa Menta aqui para apresentar mais um Moda e Música, hoje com tema vindo diretamente do forno do meio musical. Com documentário exclusivo na Netflix, um feat histórico com ninguém mais, ninguém menos do que Madonna, sendo a mulher brasileira mais seguida do Instagram, dentre vários outros feitos recordistas, é inegável que a Anitta é considerada uma das maiores artistas do Brasil e do mundo atualmente. E para quem acompanhou de uma maneira geral as redes sociais nos últimos dias, viu que no dia 28 desse mês (domingo passado) aconteceu uma das premiações mais importantes quando falamos da música norte-americana, ou seja, o VMA (Video Music Awards).
Produzido pela MTV e criado em 1984, o evento tem como objetivo premiar os melhores videoclipes do ano através de indicações e de ganhadores escolhidos por voto público (exceto em categorias técnicas). Nesse ano, Anitta alcançou mais um feito histórico: foi a primeira artista solo brasileira a ganhar um VMA.
Mesmo que divida as opiniões na internet quanto aos seus posicionamentos (principalmente políticos) e muita gente não seja simpatizante da cantora, não dá para dizer que a poderosa não é sinônimo de dedicação. No ano passado, Anitta se apresentou pela primeira vez no VMA com “Girl From Rio” e apesar de o Brasil ter parado para assisti-la, não foi indicada em nenhuma categoria. Já em 2022, concorrendo com grandes nomes, como Bad Bunny, Becky G, J Balvin, Daddy Yankee e outros, a carioca ganhou o prêmio de “Melhor Latina” com o hit “Envolver”, sendo ovacionada pelo público.
Além de a revista americana Bazaar ter descrito a cantora como a “superestrela brasileira”, a própria MTV escreveu que Anitta foi a dona da performance mais sexy da noite. E não para por aí! Algum tempo atrás, foi citada pela Forbes como uma das maiores artistas do mundo e mais uma vez bateu recordes ao alcançar o top 1 mundial do Spotify justamente com “Envolver”, consagrando-se como a primeira brasileira a conseguir a posição. O sucesso é tanto, que estima-se que a cantora tenha uma fortuna avaliada em 556 milhões de reais, desbancando inclusive Nicki Minaj, considerada pelo The New York Times a rapper mais influente de todos os tempos.
Em seu documentário “Anitta: Made in Honório”, é possível entender o porquê de seu boom na mídia e nos palcos. “A patroa”, como é chamada pelos fãs, por muito tempo foi sua própria empresária e gerenciou toda a sua carreira. Ainda nos dias de hoje, é ela quem ensaia os bailarinos, organiza suas performances e cuida da marca que virou seu nome. Aliás, por falar nisso, acredito que alguns não saibam, mas o nome “Anitta” surgiu como uma espécie de resistência e a própria comenta isso em seu documentário.
Logo no primeiro episódio, a cantora expõe pela primeira vez que foi vítima de abuso sexual aos 14 anos dentro de uma relação que era pautada, principalmente, no autoritarismo do parceiro e no medo proveniente daquela situação. Anitta comenta que durante muito tempo se sentiu culpada pelo acontecimento, contando para sua família somente após se tornar famosa. Em um trecho do episódio, ela comenta: “[…] sempre tive medo do que as pessoas iam falar: ‘Como ela pode ter sofrido isso e hoje ser tão sexual, ser tão aberta?’”. Assim, conta que criou o “personagem Anitta” a partir disso, para que sua vontade e necessidade de ser uma mulher corajosa se tornassem realidade, ou seja, alguém que ninguém nunca pudesse machucar, magoar ou ser capaz de fazer o outro sofrer.
E é exatamente dessa resistência e das atitudes que valorizam muito bem seus próprios ideais (assim como comentei lá em cima), que Tony Belloto, guitarrista do Titãs, disse que a girl from Rio era para ele a artista mais “rock ‘n roll” da atualidade. Nas palavras dele para a Rolling Stone Brasil no Dia Mundial do Rock: “Eu não vejo ninguém mais rock and roll que a Anitta hoje em dia. Acho que a Anitta tem tudo que a gente se acostumou a ver como a força revolucionária do rock and roll”. Os motivos para isso são simples na visão dele: a carioca carrega a mesma sensualidade perturbadora nos quadris que Elvis Presley carregava em 1950, a mesma “atitude progressista” de Mick Jagger e David Bowie (que a faz ser uma mulher bem decidida e que faz o que quer) e a mesma percepção de Rita Lee de ir além de uma espécie de fórmula musical, levando a música como um estilo de vida. Vocês concordam com a escolha dele?
E tratando-se de Anitta, vocês pensaram que eu não ia falar de moda hoje, né?
No VMA mesmo a patroa causou no red carpet com um vestido vermelho da marca italiana Schiaparelli (diretamente da última semana de moda de Paris) e acessórios da Tiffany. E não é de hoje que Anitta demonstra ter uma estratégia voltada à moda. É válido ressaltar que em 2015, quando lançou o álbum Bang, um dos pontos que chamou a atenção foi a identidade visual fortíssima presente em todo o conjunto da obra, especialmente pensada por Giovanni Bianco, diretor criativo de diversos clipes de peso na indústria fashion e musical. Pode-se dizer que esse álbum foi o momento de transição e virada de chave nos figurinos de Anitta, uma vez que a cantora passou a trazer mais referências do mundo pop para seu trabalho. A antes chamada “moda da Anitta”, ou seja, sutiãs com spikes que viraram febre quando “Show das Poderosas” explodiu, assim como os shorts jeans rasgados, os saltos e outros adereços/peças muito usados por ela, deram lugar a looks mais fashionistas, que foram ganhando alterações até chegar ao styling de hoje. Inclusive, rendeu até parceria com a Shein, uma das maiores marcas de fast fashion ecommerce do planeta. É importante comentar que a trajetória de estilo da Anitta acompanha muito seu momento no meio musical, apresentando constantes mudanças desde o funk, até o instante em que encontrou o reggaeton e o pop em si.
Uma coisa é fato: seja na música ou na moda, Anitta conseguiu com menos de 30 anos se consolidar como uma das maiores referências quando se trata do funk carioca, por mais que hoje não explore tanto mais o gênero. Eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, o quadro que reúne curiosidades, indicações e histórias dos dois universos aqui no Esse Tal de Rock and Roll. Aproveito para convidá-los a me seguirem no instagram @isaamenta! Obrigada e até a próxima!
Ouça novamente a coluna Moda e Música da Isa Menta:
Agora conta pra nós o que achou da Anitta vencendo esse prêmio internacional aí nos comments!