Dido no Brasil: aula de talento
Esqueça as cantoras genéricas. Esqueça Dua Lipa, Ariana Grande, Beyoncé… Quando a inglesa (de 47 anos) Dido sobe ao palco, estamos simplesmente lidando com o mais alto nível da música feita pelas “female singers”. Dido faz parte de uma geração seleta de cantoras que esteve no auge entre os 90/00, como Sarah McLachlan e Sinneád O’Connor.
Mas não estamos falando só em termos de qualidade: em cerca de 1h40 de duração do show, Dido só sai do palco antes do bis. E o que o público recebe é uma cantora em pleno domínio da sua capacidade vocal, ou seja, em se tratando da irmã de Rollo, what you see is definitely what you get.
Depois de um hiato longe dos palcos, Dido está em sua primeira tour pelo Brasil. Ao ser questionada sobre o porquê dessa vinda ter demorado praticamente 20 anos, Dido brinca: “não sei o que aconteceu, eu sempre quis vir para cá, era um sonho, mas dessa vez eu disse para mim mesma que eu iria ao Brasil“.
Dido só ficou devendo a degustação do pão de queijo. Segundo ela, não teve tempo de provar a comida brasileira, a não ser por frutas (perdão pelos nossos agrotóxicos, Dido!). Se você está acostumado à imagem de Dido dos vídeo-clipes, acredite. Pessoalmente, Dido é ainda mais bonita e especialmente simpática, disposta inclusive a compreender o meu inglês enferrujado. Ah, se todos e todas fossem como você, Dido.
Carrrrrne Doce
Como de praxe, dei a um artista gringo aquilo que eu entendo como melhor representante da música brasileira no momento. Nesse caso, o cd de “Tônus” , da banda Carne Doce. Dido pegou o cd tentando desvendar alguma coisa, sob o olhar atento do seu manager, Craig. Tentei traduzir o nome da banda, mas não foi preciso. Alguém da equipe gritou um “Carrrrne” e foi isso.
Dê um play na entrevista da Dido para o Rock Cabeça:
“O” show
A maior parte do público presente no KM de Vantagens Hall em pleno domingão talvez não esperasse mais do que a execução cristalina do hit maior de Dido, “Thank You”, cooptado pelo “padrinho” Eminem. Mas quem foi, teve uma grata surpresa: Dido enfileira hits como “Hunter”, “My Lover is Gone”, “White Flag”, “Life For Rent”, todos meio esquecidos em tempos de streaming e novidades alucinantes, e revividos em função dos 20 anos do debut de “No Angel”.
A impressão, meio óbvia, era de que a artista estava realmente ali, de corpo e alma, e o mundo que esperasse lá fora. Para quem teve a sorte de comparecer ao segundo show da inglesa no Brasil, a constatação foi única: este foi O show de 2019 por aqui.
Confira a performance de “Quiet Times”, da Dido, em Belo Horizonte:
E então? Foi ao show e/ou curte a Dido? Deixe seu comentário aí embaixo!