Jake Bugg em BH: It’s only rock n’ roll

Em uma noite atípica na capital mineira – na qual o The Pretty Reckless, da musa loira Taylor Momsen se apresentou no mesmo horário em que o inglês Jake Edwin Kennedy, mais conhecido pelo nome artístico Jake Bugg – quem de fato resolveu prestigiar o garoto de 23 anos, cujo timbre de voz lembra Bob Dylan dos primórdios, saiu satisfeito após o set de 1h30 do Music Hall.

Com 3 álbuns na bagagem, muitos hinos (“I’ve seen it all“) e fortes candidatos a hinos, Jake Bugg pisou às 23h em ponto no palco e, contrariando a regra, iniciou com números acústicos. Normalmente, grandes bandas guardam o set acústico para antes do bis, uma forma de dar descanso à banda e fazer brilhar ainda mais o talento trovador de um ou outro integrante. Era assim no Oasis – uma das maiores influências de Jake – e, de certo modo, é assim com o artista que ama futebol e vídeo-game.

Performance afiada e afinada à parte, o maior trunfo desse virtuose na guitarra são as composições. Essas se sobressaem independentemente do suporte. Seja acompanhado da banda ou no formato voz e violão. Impossível não vislumbrar Jake Bugg tocando a mesma música no sofá da sua casa. Em um teatro. No metrô. Simple as this.

Quanto ao show, em si, é do tipo em que a música fala por si própria. Dava para contar nos dedos os poucos momentos em que o tímido Bugg encarou a plateia para mandar um “thanks very much”. Alguns sorrisos acanhados eram dirigidos a demais membros da banda, num código que apenas eles pareciam entender. Mas a energia acumulada se reverte brilhantemente no gás que o garoto demonstrou para manter a voz no ponto e improvisar guitarra base e violão, sem se afastar do palco. Jake Bugg é rock and roll à moda antiga. Ainda tem dúvida?