Moda e Música com Isa Menta: Gisele Bündchen

Moda e Música com Isa Menta: Gisele Bündchen

Oi, gente! Isa Menta aqui começando mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, indicações e curiosidades dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll.

Carnaval passou e um dos assuntos mais comentados nas redes sociais foi a presença da Gisele Bündchen no camarote da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. A top model, que após 20 anos de carreira aposentou-se em 2015 no desfile da Colcci (marca a qual era garota propaganda desde 2005), foi contratada pela Brahma para permanecer cerca de três horas no camarote. Desde que surgiram os rumores de sua vinda, a internet foi à loucura, já que Gisele não passava carnaval em terras cariocas desde 2011, quando foi destaque no desfile da Unidos de Vila Isabel. Além de receber (segundo O Globo) cerca de R$10,3 milhões pela ação de marketing da empresa, a modelo chamou muita atenção no dia, tanto pelo corpo impecável, quanto por ter escolhido um look que fazia referência ao mesmo usado por ela em 2004, quando esteve na Sapucaí. Principalmente nesses camarotes, onde as customizações dos abadás são sempre muito glamourosas, com bastante pedraria, glitter, brilhos e franjas, Gisele provou que ela já é o momento usando apenas uma calça skinny branca de cintura baixa, um cropped feito com o próprio abadá e um cinto fino preto, que se diferenciou do de 20 anos atrás somente pela cor, que era vermelho.

Mesmo aposentada das passarelas, a modelo segue sendo um fenômeno por onde passa. As 3 horas que marcaram sua presença no camarote da Brahma foram definidas por seguranças a escoltando desde o transporte até sua chegada ao local, assim como dezenas de fotógrafos e jornalistas ansiosos por uma entrevista (que não foi concedida a ninguém da imprensa) e muito alvoroço por parte dos fãs para ganhar a atenção de Gisele. Mesmo sendo um camarote pertencente a uma marca de cerveja, a ubermodel bebeu apenas água de coco durante sua permanência e aproveitou para curtir com sua irmã gêmea, Patrícia, e mais algumas amigas do Rio Grande do Sul.

Após sua aparição relâmpago no carnaval, o nome de Gisele continuou em alta, principalmente porque no início de março a Arezzo anunciou que a modelo é a estrela da campanha de inverno 2023 da marca, a qual ela foi embaixadora por muito tempo. É válido lembrar que, embora tenha se aposentado em 2015 das passarelas, Gisele fez seu retorno ao mundo da moda ano passado, após sua separação com o astro do futebol americano Tom Brady. Uma coisa é fato: quando se trata de capa de revistas, a gaúcha é recordista. Estima-se que Gisele tenha estampado mais de 1200 capas ao redor do mundo, nos mais variados estilos. Só na Vogue América, considerada uma das mais importantes da moda, ela apareceu 3 vezes em um só ano. Além disso, participou de 470 desfiles ao longo de seus 20 anos de carreira, contabilizando diversos feitos históricos. Um deles foi o de ter sido a primeira modelo escolhida para desempenhar o papel principal da campanha do Chanel Nº5, o perfume mais famoso do mundo. Sua capacidade de se transformar nos editoriais foi o que mais chamou atenção durante sua trajetória. A facilidade com que Gisele transitava entre o sexy, o masculinizado, o glamouroso e o básico era impressionante. Outro marco importante, que a gaúcha considera, inclusive, como o mais especial de sua carreira foi o desfile durante a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos de 2016 no Maracanã, onde a modelo esteve em sua maior passarela, com cerca de 128 metros. Ao som do clássico “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, Gisele percorreu a passarela vestindo Alexandre Herchcovitch, estilista brasileiro.

A modelo, que na adolescência tinha a ambição de se tornar jogadora de vôlei profissional, só se inscreveu em um curso de modelo após muita insistência de sua mãe, jamais imaginando que alcançaria no futuro o posto da mais bem paga do mundo na profissão. É curioso lembrar que antes ser descoberta, Gisele foi rejeitada cerca de 42 vezes pelas agências, sob o pretexto de ter “o nariz grande demais e os olhos muito pequenos”, além de ter ficado em segundo lugar na etapa nacional do concurso Elite Look of the Year e entre as quatro finalistas na etapa final de Ibiza, na Espanha. Já morando em São Paulo, a gaúcha assinou seu primeiro contrato com uma marca nacional, a Triton, em 1994. 10 anos depois, a empresa convidou Gisele para desfilar no São Paulo Fashion Week com direito até a tributo pela década de campanha. Depois de mudar-se para Nova York, mesmo sem falar inglês e passando vários perrengues com as meninas que morava, a top teve sua grande chance ao ser escolhida por Alexander McQueen para desfilar. No entanto, sua aparição seria de topless e Gisele relata ter sido “salva” por uma maquiadora, já que se desesperou ao pensar no desapontamento de seus pais quando a vissem daquela forma.

Em 2000, foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela Rolling Stone e no mesmo ano usou o sutiã mais caro de todos os tempos da Victoria’s Secret, o “Victoria’s Secret Fantasy”, avaliado em 15 milhões de dólares por contar com 1300 pedras preciosas e 300 quilates de rubi. Isso tudo tendo apenas um ano de contrato com a marca. Gisele desfilou para a grife de lingeries até 2006 e um de seus desfiles foi marcado pela polêmica do editorial para a Blackgama, aquele em que a modelo brasileira apareceu usando casacos de pele. A passarela foi invadida por membros de uma organização de proteção aos animais, que portavam cartazes escritos “Gisele: fur scum”, algo tipo “escória coberta de pele”. O que impressionou o público foi que mesmo em meio ao protesto, Gisele continuou a desfilar sem se abalar com a situação, se pronunciando depois. A modelo ficou marcada por reagir de uma forma muito positiva em situações onde intercorrências poderiam acontecer e prejudicá-la. No mesmo ano, sua sandália arrebentou na passarela durante a Semana de Moda de Milão e mesmo assim, ela seguiu plena, como se nada tivesse acontecido. Outro fato interessante é que por mais que Gisele tivesse toda essa fama, nunca se envolveu em fofocas. Sempre foi muito reservada e profissional em sua carreira. Em uma de suas entrevistas, ao ser questionada se seria considerada a melhor por sua aparência, a modelo rebateu prontamente que seu sucesso se deu por conta de sua personalidade, por nunca ser a pessoa que reclama de algo que não está em condições ideais. “Sabe, se eles disserem: ‘Gisele, vai lá, está abaixo de 0º, em uma roupa de banho e você precisa comece a pular’, para mim, é isso o que eu faço, porque eu queria fazer meu melhor. Se eu escolho dizer ‘sim’ para algo e alguém está colocando sua confiança em mim, eu não quero desapontar ninguém. Eu sou uma pessoa que luta para ser o melhor que eu puder ser, se eu vou limpar meu apartamento, você poderá comer no chão, eu sou esse tipo de pessoa”, disse ela ao apresentador Charlie Rose no programa CBS This Morning.

Não só no mundo das passarelas e dos editoriais Gisele fez sucesso. Em 2004, estreou como atriz na comédia “Táxi” e em 2006 fez uma participação no filme “O Diabo Veste Prada”. Também gravou um cover de uma canção e se tornou embaixadora da boa vontade pela ONU para trazer mais à tona algumas questões ambientais. Escreveu um livro contando sua trajetória, que esgotou antes mesmo de chegar propriamente às prateleiras e assinou o contrato com a C&A que rendeu à empresa seu maior boom em vendas da época. Em 10 semanas, foram vendidas 20 mil peças.

Há algumas semanas, a Victoria’s Secret anunciou o retorno repaginado de seus desfiles, depois da polêmica que a marca se envolveu por não apresentar diversidade em seu casting de modelos e algumas pessoas começaram a especular uma possível participação de Gisele. Embora seja um meio muito rígido em relação a medidas de uma forma geral, Gisele é Gisele. Principalmente por conta de sua idade, eu particularmente não acredito em um comeback nas passarelas em si, já que normalmente as modelos se aposentam bem novas por várias questões, mas nada impede a top model de fazer participações, assim como vem fazendo em eventos, capas de revistas e campanhas. O que é nítido é que seu catwalk nunca será esquecido. Gisele conseguiu transformar o que teoricamente seria uma carreira “curta” em diversos feitos históricos e de extrema importância para o mundo da moda. Ela, de fato, revolucionou a profissão.

E você, o que acha? É possível uma participação especial dela no comeback da VS ou é muito fora de realidade? Me conta lá no instagram @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações dos dois universos aqui no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!

Ouça novamente a coluna Moda e Música com Isa Menta sobre Gisele Bündchen:

Isabella Menta

Isabella Menta

Isabella Menta (ou só Isa) é mineira, designer de moda e bacharel em ciências humanas, atualmente cursando ciências sociais na UFJF. Apaixonada por moda desde cedo, decidiu unir dois universos até então distintos (mas que se complementam) através do quadro Moda e Música, trazendo histórias, curiosidades e indicações.