Moda e Música com Isa Menta: I Wanna Be Tour + a redenção do Emo
Oi, gente! Isa Menta aqui começando mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Que atire a primeira pedra quem foi adolescente em meados dos anos 2000 ou 2010 e nunca escutou nas rádios os sucessos do NX Zero ou usou as calças coloridas pela febre que foi o Restart, ou até mesmo mudou o visual inspirado nos artistas, mesmo que só usando uma camisa xadrez lá e cá, por conta da loucura que foi o movimento emo nesse período no Brasil. Confirmando que não foi só uma fase, como muitos fãs do estilo costumavam dizer, Belo Horizonte recebeu o “I Wanna Be Tour”, festival marcado pela reunião dos amantes do pop rock e emo nos arredores da Arena Independência.
O intuito do evento é interessante não só por trazer de volta muitos artistas que talvez a nova geração não conheça, como também reativar memórias e produzir outras novas diante de uma cena que marcou tanto os anos 2000 e 2010. O festival organizou um formato que, até então, na teoria, tem tudo para dar certo, principalmente pela proposta de que a programação não sofra grandes intervalos entre um show e outro, o que, convenhamos, quando acontece, acaba cortando todo o clima dos shows.
Falando das atrações, que foram divididas não só em nacionais, mas com a participação de internacionais, como o Simple Plan e A Day to Remember, senti falta do Paramore, por mais que a banda esteja passando por um momento meio turbulento e de interrogações para o público, mas que sem dúvidas, foi uma das que mais me marcou 14 anos atrás no gênero. O sucesso deles era tanto, que foram várias as pessoas que conheci que pintavam ou pensavam em pintar o cabelo de ruivo por causa da Hayley Williams e constantemente o estilo dela era alvo de inspiração. Acredito que dependendo do sucesso dessa primeira edição, para as próximas, se a banda não anunciar pausa nas atividades, pode vir a se tornar uma realidade essa participação (e seria um show que eu gostaria muito de ir porque com certeza me traria aquele gostinho de adolescência).
Sobre o Simple Plan, não é a primeira vez que o grupo vem ao Brasil, mas há aproximadamente 6 anos eles não tocam aqui, sendo o I Wanna Be Tour o momento que marca esse retorno ao solo brasileiro. Chuck, baterista da banda, diz que foi na pandemia que notou o retorno da força do emo por aqui e pelo mundo e eu confesso que não sabia disso, talvez por ter deixado para trás esse gosto pelo estilo, mas é legal ver esse clima de nostalgia voltando. Com tantas mudanças depois desse período de Covid, acredito que até mesmo a forma de curtir o show tenha sido diferente por parte dos fãs, positivamente falando. Outro ponto interessante é que dessa vez, em São Paulo, o grupo canadense fez uma apresentação junto com o NX Zero, que estava em hiato e parece que definitivamente retornou aos palcos e, nesse caso, em grande estilo. Além de fechar o show com chave de ouro cantando o hit “Razões e Emoções”, o Simple Plan ainda tentou fazer um agrado aos fãs brasileiros arriscando um cover de “Vira Vira” dos Mamonas Assassinas.
Artistas daqui do Brasil, como Pitty e a banda Fresno também foram nomes confirmados para o festival. Vale lembrar que o I Wanna Be Tour não se concentrou somente em BH e São Paulo, contando com o Recife, Rio de Janeiro e Curitiba. Assim como todo show com atrações internacionais, os valores dos ingressos, embora tenham variado um pouco, ficaram na média dos 300/400 reais, com a inserção de um pacote especial dentre os tradicionais intitulado “I Wanna Be a Fan”, com a promessa de trazer uma experiência VIP que envolve conhecer seus artistas favoritos, tirar fotos antes do show e ter acesso a itens exclusivos da turnê. Veremos se de fato será assim após o término das apresentações. Esses ingressos, claro, ultrapassam a casa do milhar.
De onde surgiu o EMO
O movimento emo surgiu na década de 80 nos Estados Unidos e veio para trazer um toque sentimental, sofrido, mais melodramático à cena, um rock nutella para alguns, talvez? Chamar alguém de emo poderia soar pejorativo para certas pessoas, por mais que tenha sido esse sucesso todo no início desse século e arraste simpatizantes até hoje. Algumas bandas acabaram ao longo desse tempo, outras se reinventaram e uma parcela considerável acabou se encontrando no ramo da produção musical. Outros grupos que para mim ficaram perdidos na fama foram o Strike, que eu gostava bastante até e a banda Cine, que, novamente, acabou por cair nos bastidores da indústria musical. O ex-vocalista, em sociedade com o tecladista, inclusive, tiveram participação na produção de “País do Futebol”, um dos principais sucessos de MC Guimê.
E você, achou que faltou alguma atração importante nessa primeira edição do festival? Foi um fã do emo nos anos 2000? Me conta lá no instagram, @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!