Moda e Música com Isa Menta: Sneakerheads
Oi, gente! Dia de Moda e Música, Isa Menta aqui trazendo curiosidades, histórias e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Que a indústria têxtil e de confecção movimenta centenas de milhões de dólares por ano, não é novidade para ninguém. Ficando atrás somente dos setores voltados à tecnologia, investimento e alimentos, segundo a Forbes, a moda é a 4ª posicionada no ranking com mais bilionários no mundo. A vasta gama de possibilidades dentro do mundo fashion permitiu que os mais variados nichos surgissem, não só o da compra e venda de roupas propriamente ditas, mas também dos tênis de luxo, que vem crescendo exponencialmente. E é por isso que a coluna de hoje será sobre eles.
No dia 8 de setembro, o universo dos sneakerheads – termo que designa os amantes da cultura urbana Sneaker, ou seja, dos tênis – ganhou mais um modelo para virar item de desejo: o tênis proposto na collab com Liam Gallagher, ex-vocalista da banda britânica Oasis. O cantor, que empresta sua visão criativa para a Adidas desde 2019, lançou o terceiro calçado da coleção, chamada de “Adidas SPZL”. Esta, por sua vez, veio com o objetivo de retomar os antigos modelos da marca, usados nos anos 1970, 80 e 90 com uma pegada retrô, mas ao mesmo tempo moderna.
São os chamados “modelos esquecidos” das três listras, que acabaram voltando às graças da marca e do povo nos últimos tempos. Apelidado de “Bottle Green”, o tênis de Liam tem silhueta de cano baixo e lembra bastante o design do Adidas Samba, embora seja inspirado no Barrington Smash, sendo semelhante à um sapatênis. A diferença está nas cores. Enquanto o modelo vintage é composto pelas cores azul, vermelho e branco, o novo calçado é apresentado no verde escuro com off-white, chamando atenção para o grande diferencial, que é a imagem do ex-vocalista estampada na língua do tênis. Houve ainda a possibilidade de adquirir o par assinado por Liam, que estava sendo sorteado em seu site oficial em comemoração ao novo álbum que está sendo lançado.
O preço dos tênis é algo que tem gerado bastante polêmica no mercado em relação às pessoas que estão de fora dessa indústria. Embora esse seja um modelo considerado “acessível” pelos sneakerheads, avaliado em cerca de 596 reais, outros, em compensação se tornam verdadeiros tesouros colecionáveis, podendo chegar até 10 milhões de reais. É o caso do tênis feito em 2016 pela Nike exclusivamente para o rapper Drake. Muitas das vezes esses modelos mais caros não são nem mesmo usáveis, já que falando desse último, por exemplo, cada pé não pesa menos de 22kg por ser todo feito de ouro puro sólido 24 quilates. Em alguns casos, não é preciso nem que a peça seja personalizada e exclusiva. O lançamento da collab entre Dior e Nike acumulou cerca de 5 milhões de pessoas na fila de espera para adquirir o par por 11 mil reais.
Quando falamos de tênis, quase automaticamente, para quem acompanha as tendências desse universo, vem à cabeça a marca do rapper Kanye West, Yeezy. Acontece que bem antes da Yeezy se tornar o império que conhecemos hoje, vendendo até mesmo chinelos e em parceria com a Adidas, seu protótipo foi produzido e apresentado lá em 2008 pela Nike durante um Grammy. O Air Yeezy, primeiro tênis da marca, acabou sendo arrematado em um leilão por mais de 9 milhões de reais, com o intuito de ser um item de coleção. A lenda do basquete Michael Jordan também foi responsável por ter os calçados mais caros leiloados por aí, sendo um deles inclusive vendido com um caco de vidro cravado na sola, de quando enterrou uma bola com tanta força numa cesta que acabou quebrando o vidro da tabela do jogo. Esse modelo foi vendido por mais de 3 milhões de reais.
É impossível não lembrar também da polêmica lançada pela grife espanhola Balenciaga no ano passado, quando foram produzidos tênis surrados e com aspecto de velhos e surgiu a informação de que eles estavam sendo vendidos por mais de 10 mil reais. Realmente eles existiram e foram à venda, no entanto, a versão rasgada foi apenas uma jogada de marketing que faz parte da estratégia da empresa, sendo o par vendido mais bem conservado. Ao final de 2021, mais um rapper cruzou com o mundo da moda e levou os sneakerheads à loucura: Lil Nas X lançou um tênis com gotas de sangue humano, produzidos pelo coletivo nova-iorquino MSCHF e inspirados sem autorização no Air Max da Nike, sendo alvo de processos e vários desentendimentos públicos. Ele foi apelidado de “tênis satã” e, além de possuir o número 666 bordado, apresentou um pentagrama de bronze na língua.
Juntamente aos modelos caríssimos e cobiçados, surgiu uma nova demanda no universo dos tênis nos últimos tempos: a volta de modelos já produzidos décadas atrás. O próprio Adidas Samba, comentado anteriormente, surgiu na década de 1970, mais precisamente em 1972. Ideal para jogos acelerados, como o futebol, ele trazia uma agilidade e aderência inigualáveis, mas com o passar dos anos acabou caindo no esquecimento. Foi quando o modelo foi visto nos pés de celebridades e influenciadoras como Kendall Jenner, Gigi e Bella Hadid e acabou explodindo novamente entre o ano passado e esse ano, não só esgotando nas lojas, como trazendo a atenção de um novo público, que não necessariamente faz parte do mundo do futebol antes pretendido em seu lançamento inicial. O apelo atemporal e o sucesso foram tão fortes, que pouco tempo depois a Adidas lançou mais cores do tênis em colaboração com o cantor Pharrell Williams, que hoje faz parte da direção criativa da Louis Vuitton. E novamente, a moda cruzando com a música.
Para quem viveu aí na década de 80 e 90, também temos novidades. Boatos surgiram de que os famosos Kichute e Bamba vão voltar ao mercado. Partindo do ideal de que os modelos podiam ter alcançado um maior tempo de vida na indústria, a intenção é que sejam repaginados para serem relançados. Como uma forma de homenagear e exaltar os criadores brasileiros, a holding Justa – marca que pretende promover esse revival – decidiu lançar pequenas coleções assinadas por estilistas do Brasil, com modelos limitados e exclusivos. A ideia faz parte de um projeto chamado “Sociedade das Marcas Imortais”, que pretende trazer de volta diversos calçados que já foram moda um dia e acabaram caindo no esquecimento. No caso do Kichute, os criadores declararam a vontade de não só valorizar o vintage, mas fazer jus à memória afetiva que muitos têm do tênis, aliando história com o alcance das novas gerações.
E você, sabia que existiam tênis tão caros assim no mercado? Desembolsaria um valor desses por algum desses modelos? Me conta lá no instagram @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!