Planeta Oceania

“Então, gente, o Queens of The Stone Age, percursores do stoner-rock e”… Antes que eu termine, Gustavo educadamente me interrompe. “Não, na verdade os percursores do stoner-rock são o Black Sabbath e a banda de Josh Homme, Kyuss”.

Antes de mais nada, entrevistar um cara como Gustavo Drummond exige desenvoltura e conhecimento. É que o vocalista/guitarrista/letrista do Oceania, além de advogado, tem uma longa história de duas décadas de altos e baixos dentro da indústria musical, a qual ele não se ressente em lembrar. No entanto, como bom mineiro, apesar do olhar desconfiado, gosta de falar sobre as coisas que ama: sua família, grandes artistas, música de todos os gêneros e, claro, sua filha de 3 anos.

Oceania é o novo projeto em formato power trio daquele que um dia foi o front-man da promissora Diesel. Ao lado de Túlio Braga e Daniel Debarry, Gustavo espanta fantasmas e usa seus riffs para embalar letras sobre relações humanas, experiências e o prazer de viver “abaixo da superfície”, tudo numa atmosfera predominantemente grunge. Aliás, “Beneath the surface” é o nome do ótimo álbum que o Oceania acaba de lançar em todas as plataformas digitais, e que apresentará em meio a clássicos da Diesel, no próximo dia 29, na Autêntica, em BH.

Para fazer jus à máxima repetida exaustivamente aqui, no Rock Cabeça, o Oceania, tal como as melhores bandas, chegou a mim no momento certo. “Oi, aqui é o Marcelo da Quente. Tem uma banda chamada Oceania, do Gustavo do Diesel e Udora que está lançando o primeiro álbum”. Sim, meus caros. O jornalista também é fã, e se lembra, como num flash, dos destemidos jovens premiados com a abertura do último grande Rock in Rio (2001), e de um certo vocalista que, com sotaque mineiro, abria o show dizendo que eram o Diesel e iam fazer um som procês.

Esse som agora responde por Oceania. O novo planeta do Gustavo. Mas, dessa vez, um planeta com direito a parada no Komilão e visita à avó em Itabira.