[PREMIERE] Guitar Days: a trilha da sua vida
Qual a trilha sonora da sua vida? Sim, pode parecer mais uma daquelas perguntinhas-clichês, mas fato é que só agora, ao virar a curva dos 40, eu encontrei a minha: “Guitar Days”. Não bastasse o premiado documentário burilado pelo Caio Augusto Braga (entrevista abaixo), a trilha é um primor de registro sobre os tempos idos – ou nem tão idos assim – do hardcore brasileiro: estão lá Pin Ups, Valv, Pelvs e Mickey Junkies (para citar apenas alguns).
E como uma preciosidade dessas chega às nossas mãos, ou melhor, ainda chega a ser produzida hoje em dia, em tempos de streaming e Netflix? Em parte, graças à mente visionária do connoisseur Rodrigo Lariú, que faz do selo midsummer madness uma espécie de Creation Records brasileira, trazendo um pouco de frescor para a indústria com um catálogo que abrange biscoitos finos do underground como Pin Ups, Churrus e Lava Divers.
Rodrigo Lariú, da “Midsummer Madness” fala sobre o envolvimento do selo com a trilha de Guitar Days:
“O que eu posso dizer é que a coletânea demorou um pouco para sair… quando começou a ser organizada, em 2016, todas as músicas eram inéditas, inclusive as do Second Come, Pin Ups, Valv, Lava Divers, Wry… mas como o documentário foi atrasando, as bandas preferiram lançar as músicas e com isso a coletânea tem poucas faixas exclusivas (Pelvs, Hateen, John Candy, Maria Angélica, Second Come)”, revela Lariú.
Cast da Midsummer Madness em peso na trilha de Guitar Days:
“Algo que me deixa muito orgulhoso de participar do projeto é que das 27 bandas da coletânea, 11 fazem ou fizeram parte do cast do midsummer madness e das outras 16, três tem integrantes com projetos paralelos lançados pelo midsummer madness. E olha que a curadoria não foi nossa… Ou seja, estamos envolvidos até o pescoço com o assunto retratado no documentário“, diz Lariú.
Caio Augusto Braga, diretor de Guitar Days, fala sobre a curadoria da trilha:
“A ideia de fazer uma coletânea veio logo no início das gravações das entrevistas. Quando fui gravar o depoimento do Lariú, disse pra ele que já tinha pedido os sons pras bandas, mas na real eu precisava saber se ele se animava em se envolver no projeto antes de eu falar com as bandas. Ele se animou e aí, de fato, comecei a convidar a galera. As bandas foram escolhidas pelo seu envolvimento com esse recorte que foi retratado no documentário. Algumas não puderam participar, porque distâncias e afins inviabilizam a retomada das atividades, e outras voltaram à ativa depois de gravar os sons para a coletânea, como Pin Ups e Valv. Bandas que não estão no doc, mas estão na coletânea, como Winter Waves (digital) e Justine Never Knew The Rules (CD), foram convidadas porque durante a pesquisa pro documentário, foram bandas que eu não parava de escutar. Pra nossa sorte, eles também curtiram a ideia e entraram nesse rolê“.
Rodrigo Carneiro, vocalista do Mickey Junkies, fala sobre a participação na coletânea “Guitar Days”:
” A “Big Bad Wolves” foi escrita e gravada para o que seria a compilação. O que ocorreu no estúdio Costella, em 2015. A tarde de gravação – e o resultado da faixa – foi fundamental para que o álbum “Since you’ve been gone” (2016) surgisse. Ele foi registrado no Wah Wah Studio. Fiz uma pequenina alteração nas versões que estão no álbum e, agora, na coletânea. Olhando a lista de músicos envolvidos, digo que estar ao lado de figuras tão queridas é uma honra e um privilégio. O caminho trilhado pelo documentário também é algo fascinante. Devoção à arte, registro da história da música brasileira – num país que não preza pela própria memória -, os laços de afetividade estabelecidos entre determinados personagens“, afirma Carneiro.
Confira o áudio do Zé Antônio, guitarrista do Pin Ups, sobre o projeto Guitar Days:
[PREMIERE] Escute agora a faixa inédita da trilha – Garage Fuzz – “Daylight”:
Relembre a entrevista com o diretor de Guitar Days, Caio Augusto Braga, para o Rock Cabeça:
E para você, qual a faixa preferida da trilha de “Guitar Days”? Conta aí pra nós nos comentários!