Rock Cabeça Sessions Natalino 4: Verônica Magalhães + Radiotape

Adilson Badaró, a quem informalmente intitulo “Poderoso Chefão” do rock mineiro, é uma espécie de case a ser estudado dentro da geração pós-Skank. Jeitão de mineiro de Ubá, há anos conduz, por entre várias formações, a Radiotape, com um álbum (outro no forno) e inúmeros ep’s na bagagem: cada qual melhor que o outro, sem contar o acabamento profissional que levanta dúvidas sadias sobre o verdadeiro grau de independência da banda.

Mas sim, a Radiotape é nossa e é, pelo menos por enquanto, independente, transitando com tranquilidade (e suntuosidade) entre underground e mainstream com a mesma excelência técnica, cortesia não só de Badaró, mas dos músicos de primeiro escalão, formados em estúdio, que o cercam, como o baterista Bruno Bentes (também um promoter disputado da cena) e Henrique “Toxina” (que, na verdade, mais oxigena as canções do que as contamina).

Na esteira da Radiotape, o rock mineiro tem, possivelmente, o mais próximo de Paula Toller e Carole King em termos de cantora-solo-roqueira-pop. Trata-se de Verônica Magalhães, uma vertente interessantíssima de mulheres que concentra seu trabalho no rock britânico de Beatles, Oasis e Verve, ignorando tendências e modismos em nome da nostalgia e, sobretudo, da expressão da empatia do ponto de vista de uma mulher amadurecida pelas dificuldades que a vida propõe.

Verônica canta sobre a perda da mãe, amores e evolução pessoal, numa cadência que emociona e empolga, como é o caso da lindíssima “Além de mim”, nova faixa em fase de divulgação, escrita para aplacar a dor de seu pai diante da perda.